domingo, abril 27

Mesmo que eu caia....

Mesmo que eu chore,
Mesmo que eu grite..
Mesmo que eu fuja e desista..
Mesmo se eu virar as costa a tudo que ainda importa..
Mesmo se tudo mudar..
Se tudo acabar e nada de novo ficar..
Mesmo que a culpa seja minha..
Mesmo que seja eu a parte fraca..
E não lute para sempre...
Mesmo que eu parta, para não voltar..
Mesmo que tudo isso aconteça..
E eu não volte a costas ao passado..
Mesmo que os dias passem e as noites pesem...
Que as luas entristeçam e o sol deixe de aquecer..

Mesmo assim...
Não me abandones nos caminhos perdidos que percorro..
Não me deixes deixar de sonhar com o rumo que um dia quero encontrar..

Mesmo que eu caia, fica comigo....

domingo, abril 13

Hoje eu Desisti...

hoje sentada no chão frio do meu sótão,
encolho o corpo vazio de sanidade..
hoje so quero ficar aqui sentada; encolhida
com as palavras silenciosas que estas paredes expressam
contando histórias perdidas e memórias antigas
de alegrias e momentos de amor e tristeza
hoje quero que a escuridão que envolve este sitio me engula
e me leve pra onde memorias não sejam o peso do futuro
hoje no momento que aqui me sentei,
e deixei que o meu corpo de descaisse de esperança..
hoje, nesse momento...
Desisti de tudo o pouco que fazia ainda algo valer a pena..
Valer o esforço de me levantar todos os dias..

Hoje sentada naquele chão frio e sujo,
rodeada pela escuridão de um sótão fechado,
entregue apenas á companhia da minha solidão silenciosa...

Eu desisti...

domingo, abril 6

o meu sotão dessarumado...

Deixa-me cair,
Deixa-me morrer,
hoje nada tem sentido no imenso sótão de arrumações desarrumadas, em que se tornou o meu cérebro..

Deixa-me cair na profundidade da mágoa que é ser confusa num mundo confuso de confusões que ninguém sabe desconfundir..
Deixa-me cair na areia quente, que o vento a traga e me faça fechar os olhos á inutilidade de pessoa que me tornei, não por querer, por apenas não me esforçar por não querer o contrário..
Deixa-me lavar a cara na água límpida do marque banha a areia suja, deixa que essa água deslavada me lave os sentimentos e a confusão desordenada em que a cabeça de um ser como eu se tornou num confuso mundo regido pela complexidade que é ser confuso num mundo em que a simplicidade é dona das mais fabulosas obras..

Deixa-me cair, e cair outra vez, deixa-me querer ser eu a levantar-me e a limpar a areia dos olhos..
Deixa-me ser eu a querer sair da areia que me queima, e queira mergulhar o rosto na agua limpa que me lavará todo o resto de angustias e memórias que não quero manter na secção de dor e amargura na tal confusa prateleira do meu sótão..

Deixa-me ser eu a querer voltar a viver..
Voltar a respirar..

Deixa-me ser eu a arrumar toda esta confusão e organizar o sótão de maneira a meter numa caixa de cartão fechada com fita cola, todos os momentos bons que vivi com ele... todas as memorias de amor e alegria que hoje atormentam a minha prateleira desarrumada..

Deixa-me ser eu a querer viver...