Neste sótão cinzento de habito,
sinto o vermelho fervente nas minhas veias..
Olho no espelho e não sou eu..
Não é a minha alma retratada naquela tela.
Como alguém pode magoar tanto alguém.
Como se o mundo fosse o seu pequeno pátio de tortura.
E esse alguém, após tanta maldade, é alguém envolto em raiva contida,
Manchado de sangue violento, e feliz de maldade.
Esta pessoa não sou eu, mas é o que eu vejo.
Existem sentenças pesadas de morte,
Tempo cruéis, melodias das trevas.
Como se o vento levasse toda a bondade,
todo o amor, toda a amizade.
Hoje foste aquele ultimo resto de ventania,
e levaste tudo.
E hoje arrancaste deste peito sangrado,
desta carne mastigada e marcada, cozida de cicatrizes profundas de agora e do passado.
Arrancas-te o respeito, a carinho e a verdade.
És como um malévolo episódio triste e macabro,
e vejo em ti todo o mal, toda a dor, toda a angustia irreal de um servo perdido.
O mal da tua mente, da tua alma, não é a crueldade ou a pedra fria que tens no lugar dos batimentos.
O mal é a perda de esperança, de sonhos.
Porque existem sentidos errados, e tu és o meu.
Existem seres bondosos, amáveis e férteis de carinho,
como tu outrora foste, e esses seres são cheios de tudo de bom que há nesta vida.
e a dor que existe palpitante nesta mente cravejada de magoa,
não é por nada que faças, que digas ou que mostres de forma tão clara que eu não possa perder cada milímetro desse conto de fadas cómico.
É por perder alguém que respeitava, que gostava, alguém cheio de algo bom.
alguém pelo qual apunhalaria este órgão encarnado de angustia.
A perda do teu eu interior,é a única coisa que fervilha nestas veias.
e hoje neste sótão cheio de nada, estou de luto carregado pela perde de alguém bom,
pela perda de um amigo, de um melhor amigo que desapareceu nessas névoas escuras.
0 comentários:
Enviar um comentário